O comportamento agressivo faz parte do desenvolvimento normal de uma criança pequena. Quando a criança não está em comunicação verbalizada, ela pode ser agressiva. Mordidas, tapas, chutes e empurrões, acabam sendo uma alternativa quando ela ainda não consegue se comunicar bem e com essa atitude que a criança se diferencia do outro e busca se tornar independente.
Essa agressividade com outras crianças deve ser vista como uma busca de contato com elas e não como algo maldoso, não se dão conta que o outro pode se machucar e sentir dor, algo que precisa ser ensinado desde que as primeiras brigas começam a acontecer. O adulto precisa mostrar a criança que agredir os outros não é algo admissível e ensine outros jeitos de expressar seus sentimentos.
Em situações de conflito, raiva, medo, alegria, tristeza, surpresa, angústia, entre outros sentimentos que a criança não consegue expressar, é importante que o adulto esteja disponível para tentar perceber o que se está passando com a criança e que ele possa emprestar palavras que vão servir de contorno para suas sensações e ajudar ela construir alternativas para conseguir o que quer.
O que será que ela quer mostrar com um ato agressivo? A mordida, por exemplo, pode ter vários sentidos: conhecimento dos objetos, expressão das ansiedades e angústias, pedido de ajuda, excitação, pode ainda ser mudança de posição da criança de passiva para ativa. Ser agressivo é, muitas vezes, não aceitar aquilo que lhe está sendo imposto.
Através dos seus comportamentos ou até mesmo nos sintomas físicos, a criança está comunicando alguma coisa que não consegue por em palavras ou as palavras são insuficientes.
É uma agressividade de impotência para falar. Quando o adulto supõe que a criança quer dizer algo, dá lugar simbólico e permite a produção de sentidos. É preciso que ela consiga falar. Tão logo ela o consegue e tem sucesso em ser compreendida, então a agressividade desaparece e é substituída, o tempo todo, por palavras e assim a criança consegue expressar-se.
Alessandra Carieri – CRP 06/89853. Psicanalista membro da ACP –
Associação Campinense de Psicanálise. Atendimento de criança, adolescente
e adulto e orientação à família nas cidades de Valinhos e Campinas.
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